As Marcas da Pantera – percursos de uma historiadora
Margareth Rago
Historiadora, Margareth Rago reúne neste livro importantes artigos redigidos entre 1993 e 2020. Os títulos aqui reunidos pela primeira vez permitem-nos seguir um itinerário de maestria da acadêmica e escritora de renome. Os ensaios mostram vitalidade e diversidade na perspectiva teórica e no desenvolvimento dos itens escolhidos, entre os quais se destacam feminismos, subjetividades, sexualidades, cidades e anarquismos. A preocupação com o tempo presente para o qual a história está sempre voltada, mesmo quando fala do passado, é um marco da posição da Professora que caminha por entre deslocamentos e rupturas. Assinala sua escolha pela filosofia da diferença, pelo entendimento do discurso como materialidade e sempre pela perspectiva feminista na qual combina filosofias atuais com crítica histórica. Assim substitui certezas fáceis por questões bem informadas e instigantes. “O anarquismo é mais um caminho do que um fim”, diz Luce Fabbri, anarquista italiana, de quem Rago traça a biografia, entrada para um panorama deste movimento pouco conhecido em seus meandros. E ainda passagem para um último tema, a arte de mulheres contemporâneas que, como afirma Rago, “questiona possiblidades e desdobra dimensões feministas”. Um livro imperdível.
Norma Telles
Sumário:
Apresentação 7
I – Foucault e a História: Deslocamentos e Rupturas 13
1. As marcas da pantera: Foucault para historiadores 15
2. O efeito-Foucault na historiografia brasileira 33
3. Rir das origens 53
4. Dizer sim à existência 69
5. As marcas da pantera: 25 anos depois 85
II – Gêneros e Feminismos: Novos Olhares e Saberes 107
6. Feminizar é preciso, ou por uma cultura filógina 109
7. Epistemologia feminista, gênero e história 129
8. A autobiografia ficcional da Vênus Hotentote 147
9. Escrita de Si, parrésia e feminismos 165
III – Anarquismo e Crítica do Presente 183
10. Audácia de sonhar: memória e subjetividade em Luce
Fabbri 185
11. Mujeres Libres: anarcofeminismo e subjetividade na
Revolução Espanhola 201
12. Narcisismo, sujeição e estéticas da existência 217
13. Um Grito de Liberdade: posfácio a Amai... e não vos
multipliqueis, de Maria Lacerda de Moura, por
Margareth Rago e Patrícia Lessa 229
IV – Foucault, a Sexualidade e a Cidade 263
14. Globalização e Imaginário sexual, ou “Denise está
chamando” 265
15. A invenção do cotidiano na Metrópole:
sociabilidade e lazer em São Paulo, 1900-1950 279
16. Os sentidos da prostituição na modernidade brasileira 347
17. Foucault, a histeria e a aranha 369
18. Foucault, o onanismo e a criança 383
V – Neoliberalismo, Subjetividade e Contracondutas
Feministas 403
19. Políticas Públicas para as Mulheres: da
governamentalidade às práticas da liberdade 405
20. Foucault, o neoliberalismo e as insurreições feministas 415
21. Foucault, os feminismos e o paradoxo dos direitos 429
22. Empresárias de si mesmas? Recuso-me, denuncio! 451
VI – A Arte Feminista e a Crítica da Cultura 469
23. Dessubjetivando com Cindy Sherman 471
24. Doçura e violência na arte feminista de Kara Walker 485
25. Carol Rama, entre a sexualidade, a loucura e a dor 499
Referências dos Artigos 513
ISBN: 978-65-86255-36-2
Formato: 16x23 cm
Paginas: 516
Preço:R$ 70,00