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Criar um mundo do nada – a invenção de uma historiografia da música popular no Brasil

José Geraldo Vinci de Moraes

Em 1964 o jornalista Ary Vasconcelos comentou um tanto contrariado que àquela época a historiografia da música popular estava “praticamente na estaca zero” e que para erguê-la era preciso “criar um mundo do nada”. A avaliação amarga do crítico carioca não era pessoal. O descontentamento circulava por um grupo variado de cronistas, estudiosos e colecionadores - sobretudo de discos. Apesar da presença significativa da música popular na construção da moderna sociedade brasileira, o fenômeno cultural tinha ainda imensa dificuldade em preservar sua memória e estabelecer uma história. A despeito desses obstáculos, personagens como Vagalume, Orestes Barbosa, Almirante, Jota Efegê, Mariza Lira, Lúcio Rangel, Edigar de Alencar e Ary Vasconcelos colocaram em ação, de maneira muito intuitiva, um complexo circuito intelectual com forte tonalidade memorialista e historiográfica. Ao ultrapassarem os limites das reminiscências e da crônica, acabaram inventando uma narrativa e uma sólida interpretação para o passado da música popular, que continua reverberando até os dias de hoje. Esse livro Criar o mundo do nada. A invenção de uma historiografia da música popular no Brasil apresenta aspectos desse intrigante processo criativo. Nele o leitor poderá conhecer um pouco desse passado e - porque não - escutá-lo!

SUMÁRIO

Pequeno prelúdio explicativo

Capítulo 1. Um lado: Escutar a Nação  “Para guardar a história tive de fazer uma cantiga com ela”

As primeiras escutas

Algumas tradições oitocentistas 

A “música em conserva” e a música brasileira

Tensões na memória e na escuta

O outro lado do disco

Capítulo 2. Outro lado: Escutar o cotidiano 

Prelúdio necessário

O útil e o fútil

Os primeiros cronistas

A música popular e o livro 

Pequenas variações do Brasil sonoro

Do folclore à música popular e vice-versa 

Capítulo 3. A mais alta patente

A mais alta patente 

Memória e história 

Atenção, aí vem Almirante 

Nem escola, nem circo

Separar o joio do trigo 

“Os admiráveis arquivos”: em direção à história 

Historiador leve e pitoresco 

Capítulo 4. Eu vivi e vi

Realidade ou ficção?

Meninos, eu vi 

Jornalista ou historiador?

Uma história excomungada

Capítulo 5. Ovos quentes com Noel e xixi no jardim do Jacob 

Viu, ouviu e 111 Lúcio e Mário

A Revista da Música Popular

Curandeiros, feiticeiros, bruxos e médicos

Arquivos implacáveis

Acervo ambulante

Capítulo 6. A dança do ganso

O tio Wilson e o carnaval

O frívolo e o sério

O poeta, o cronista e o memorialista

“Feliz Sinhô” e a biografia

As histórias como História

Capítulo 7. Da estaca zero

Começando do zero

Jornalista, crítico e historiador

Fragmentos do maxilar

A costura do tempo e a trama da História

Inventário e biografia como história

O feitiço das fontes

Uma elite de ouvintes e de leitores

Capítulo 8. Da memória à história e vice-versa

Do jornalismo ao livro

Livros em rede e o novo regime historiográfico

Prefácio como método

À captura da História

A música popular e o poder

O circuito institucional: O MIS-RJ

Novas políticas culturais: a Funarte

O projeto Lúcio Rangel: a consolidação de uma historiografia

A música popular em pesquisa

Fontes e bibliografia

Fontes escritas

Livros

Periódicos

Fontes sonoras Bibliografia

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​ISBN: 978-85-8499-189-1
Formato: 16x23 cm​
​Paginas: 218

​Preço:R$ 48,00

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