Moses Finley e a economia antiga – a produção social de uma inovação historiográfica
Miguel Palmeira
O que faz de alguém um “grande autor”? Quais os caminhos pelos quais uma teoria se gera e se estabelece como referência obrigatória no mundo intelectual? Essas são as perguntas centrais deste livro, aqui enfrentadas pela investigação de um caso preciso: o papel de Moses I. Finley (1912-1986) na reconfiguração da historiografia econômica sobre o mundo antigo produzida na segunda metade do século XX. Nascido no Estados Unidos, onde iniciou sua carreira, Finley foi defenestrado da universidade pelo macarthismo nos anos 1950. Acolhido na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, tornou-se protagonista da criação de um olhar novo para as atividades econômicas de gregos e romanos. Baseada no arquivo pessoal de Finley e na vasta bibliografia sobre a economia antiga, a análise costura os laços entre atividade intelectual e experiência social no universo dos estudiosos modernos da Antiguidade Clássica.
SUMÁRIO
Capítulo 1 - Um modelo em construção (ca. 1962-1973)
I. Vicissitudes dos debates
II. Condições da inovação
III. A construção de um consenso
IV. O apelo da crítica ao mercado
Capítulo 2 - Uma anatomia de A Economia Antiga
I. Uma proposta de leitura
II. Um livro “essencialmente finleyniano”
III. “Economia antiga”: um binômio e suas implicações
IV. Comparar, modelizar e compreender
V. Um livro ambíguo
Capítulo 3 - A trajetória estadunidense
I. As armadilhas do “passado americano”
II. Origens familiares e ingresso na carreira
III. Posição institucional e primeiros textos
IV. Entre administração e política
Capítulo 4 - A ida para a Inglaterra
I. Crônica de uma demissão anunciada
II. A visibilidade de um “debate americano”
Capítulo 5 - Vícios e virtudes dos estigmas
I. A história do Mundo de Ulisses
II. As consequências da migração
III. As virtudes dos estigmas
ISBN: 978-85-8499-114-3
Formato:16x23 cm
Paginas: 238
Preço:R$ 48,00