






O Estado Novo português – história, historiografia e memória
Francisco Carlos Palomares Martinho
Portugal, nos tempos atuais, tornou-se um modelo de país, sobretudo para os brasileiros. Muitos se dirigem para as terras lusitanas numa ocupação às avessas da chegada dos portugueses ao Brasil no século XVI. A política da famosa “geringonça” – aliança de partidos - resultou numa política muito bem sucedida. No entanto, poucos sabem que, para chegar à “geringonça”, um longo e penoso caminho foi trilhado pelos portugueses ao longo do século XX e início deste século. Para compreender o ineditismo dessa política de alianças é necessário retomar as raízes do período salazarista (1932-1968). Esse percurso histórico é tratado, com brilhantismo, por Francisco Carlos Palomanes Martinho, especialista na história de Portugal contemporânea que, nesta obra, explora a ditadura de António Oliveira Salazar, o governo de seu sucessor Marcello Caetano (1968-1974) e a transição democrática concretizada na Revolução dos Cravos em abril de 1974. O autor foge das explicações simplistas e esmiúça, com rigor, toda a história do Estado Novo português, realizando uma análise abrangente da historiografia sobre o período. Investiga e esclarece o papel das elites, das classes trabalhadoras e o corporativismo, sem cair na tentação das generalizações. Analisa as características do fascismo lusitano, apontando suas diferenças/similaridades com o fascismo italiano e se detém na abordagem dos percalços da combalida economia portuguesa ao longo do período de 1928 a 1945. Embora a ditadura portuguesa tenha terminado há 45 anos, as pesquisas e obras sobre a sua história ainda permitem explorar lacunas. É neste aspecto que a contribuição de Francisco Carlos se reveste de maior relevância. O autor tem amplo conhecimento sobre o período. O Estado Novo Português: história, historiografia e memória é uma obra, não só importante do ponto de vista acadêmico, mas também necessária nos tempos de hoje, nos quais a serpente do fascismo ameaça retornar, com uma face renovada e as garras afiadas, na Europa e adjacências.
SUMÁRIO
Introdução
1. O Estado Novo na historiografia portuguesa: sobre a questão do fascismo
2. Lembrar Abril: a historiografia portuguesa e o problema da transição para a democracia
3. O dia em que Salazar venceu as eleições
4. As elites políticas do Estado Novo e o 25 de Abril: história e memória
5. Corporativismo e Organização do Trabalho no Estado Novo português
6. Marcello Caetano e a modernidade possível no Estado Novo português
7. Entre o fomento e o condicionamento: a economia portuguesa em tempos de crise (1928-1945)
8. A extrema direita portuguesa, dois pontos
9. Epístolas de dois exilados: As correspondências de Marcello Caetano e Joaquim Veríssimo Serrão (1974-1980)
Conclusão

ISBN: 978-85-8499-187-7
Formato: 16x23 cm
Paginas: 194
Preço:R$ 45,00