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O jardim das fronteiras

Edgar Cézar Nolasco

O jardim das fronteiras é o lugar onde as fronteiras suis e azuis se encontram fazendo suas linguagens se roçarem umas nas outras, como quando corpos lisos, coleantes e gélidos se entrelaçam nas noites de outono, ou como quando dois ou mais corpos primaveris transidos de amor se unem numa relação gozosa até a morte. O jardim das fronteiras também é o lugar por onde o homem-fronteira atravessa quando o crepúsculo oscilante da fronteira-sul deita seu manto envermelhado e melancólico sobre o pântano insone, que lambe a vida para um verso. O jardim das fronteiras ainda pode ser o lugar para onde converge uma história local biográfica, quando o voo do urutau corta as terras da Revolta numa tarde de abril, e de onde emerge um desejo de verso que não morre, mesmo quando a vida é navalha e metal. O jardim das fronteiras está declinado para um verso fronteiriço por vir.

Edgar Cézar Nolasco vem se dedicando, cada vez mais, em seu ofício de escrever o que ele tem chamado de “despoética”, visando fazer, o que ele tem dito em seus poemas, sua “desbiografia.

Os livros Pântano(2014), Oráculo da fronteira(2018) e Ignorância da revolta (2019) tratam diretamente deste propósito.

Tal constatação vem mostrar que o autor tem trazido para dentro de sua poética um prática de escrita antes encontrada nos trabalhos teóricos do autor.

Isso, por sua vez, não quer afirmar que o gesto poético seria uma mera tradução do gesto teórico, nada disso; antes, o que o autor faz é querer mostrar para seu leitor que se é possível pensar despoeticamente o que antes era pensado teoricamente.

Edgar Cézar Nolasco é professor da UFMS e coordenador do NECC desde 2009.

O JARDIM DAS FRONTEIRAS.jpg

​ISBN: 978-65-86255-01-0
Formato: 14x21 cm​
​Paginas: 58

​Preço:R$ 30,00

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