Percorrendo o vazio intelectuais e a construção da Argentina no século XIX
José Alves de Feitas Neto
O texto de José Alves de Freitas Neto apresenta ao público brasileiro uma leitura original da formação da Argentina, a partir da atuação de escritores que compuseram a Geração de 1837. O cenário é a cidade de Buenos Aires, entre 1837-1838, e o contexto era de perseguição política aos opositores do caudilho Juan Manoel de Rosas (1829-1852). A premissa de Percorrendo o vazio: intelectuais e a construção da Argentina no século XIX é a perspectiva de uma sociedade que deve ser refundada a partir de uma lógica discursiva que incorporava debates ilustrados europeus e procurava decifrá-los a partir da realidade do Rio da Prata. Na distância entre o que era imaginado pelos intelectuais e o que era efetivamente existente havia a percepção do vazio como um sentimento. Na escrita agradável e bem articulada, o autor nos convida a buscar referências da cultura portenha, das tradições locais e nos apresenta como os temas políticos e intelectuais chegavam ao cotidiano das pessoas. Entre fontes amplamente conhecidas, como os textos de Esteban Echeverría, e outras pouco exploradas, como a revista La Moda, José Alves nos convida a percorrer uma história instigante sobre o modo de ser de narrar da Argentina dos anos Oitocentos.
Leandro Karnal
Historiador
SUMÁRIO:
Introdução
Revisitando 1837
Capitulo 1
Tramas do vazio: referenciais
para um percurso analítico
Pode-se registrar o vazio?
O vazio como silenciamento do passado e dos “outros”
As divisões políticas e o “vazio” no projeto argentino
de nação liberal
O vazio entre as incertezas do período revolucionário
e o discurso da nação
O vazio, os registros de fronteiras e a literatura
de fundação
Outras modulações do vazio: a politica e a moda 61
Capitulo 2
Uma rede de intelectuais:
o Salão Literário e
a Geração de 1837
O Salão Literário e a efervescência juvenil
O problema do rosismo
A figura do intelectual e digressões sobre a Geração de 1837
Os discursos inaugurais do Salão Literário
Echeverría: entre contradições e uniformidades
da primeira leitura
A Joven Argentina e a atuação da Geração de 1837
O legado da Geração de 1837
Capitulo 3
Echeverría: entre letras, politicas
e repertórios sobre o vazio
O Rio da Prata e as experiencias de Echeverría
Echeverría e La cautiva
Inconmensurable, abierto y misterioso – o deserto
na fundação da nação e seus desdobramentos
O conto El Matadero
A leitura politica do conto e o “vazio cultural”
Capitulo 4
Entre frivolidades, vazios,
saberes e a busca de simpatias
politicas em La Moda (1837-1838)
Os periódicos e a questão da opinião publica
O espaço de La Moda nos estudos sobre a
Geração de 1837
A busca pelos leitores: mulheres e jovens
Humor e ironia na descrição de costumes
O publico leitor como alvo da critica
A visão sobre o trabalho intelectual
A politica e a soberania popular
A moda, o corpo e as ironias contra os leitores
A simpatia por Rosas: entre suspeitas e ironias
Outros vazios: o destino da mulher e as descrições em La Moda
Era necessário escrever
Considerações FINAIS
O século XIX e as perspectivas que se abrem
Perdeu-se o encanto? O bombardeio do século XIX
A historicidade das releituras sobre o XIX
O vazio e a não uniformidade discursiva
BIBLIOGRAFIA
Fontes
Bibliografia Geral
Apêndice
Lista dos conteúdos existentes em La Moda
ISBN: 978-65-86255-33-1
Formato: 16x23 cm
Paginas: 228
Preço:R$ 50,00