Edgar Cézar Nolasco

 

Neste livro, o autor, Edgar Cézar Nolasco, embasado numa leitura que privilegia a obra e a vida da escritora Clarice Lispector, convoca uma persona da mesma para com ela dialogar. Explora, assim, seu lado mais engraçado, preso ao cotidiano e sua relação com as pessoas, como as empregadas, por exemplo. Na verdade, o autor não se prende a fatos reais, mas dá importância a traços pessoais e fabricados, que, a seu modo, aludem à sua vida. Todos os dezesseis minitextos do livro, que poderiam ser tomados como dezesseis minibiografias, fazem alusão ao perfil de uma suposta persona de Clarice Lispector, mas seu nome, por exemplo, sequer é mencionado dentro do livro. Enfim, compete ao leitor perceber e estabelecer as relações que lhe convierem com a leitura. Afinal, é sempre o leitor que decide tudo, até mesmo que pode ou não ter medo de Clarice Lispector.