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Militância ou Profissionalização de Gênero? Um estudo comparativo na imprensa feminista do Brasil, da Argentina e do Chile (1981-1996)

Júlia Glaciela da Silva Oliveira

 

Este livro é resultado de minha pesquisa de doutorado, defendida no Programa de História Social da Universidade de São Paulo (USP), na qual realizei uma análise comparativa da imprensa feminista do Brasil, da Argentina e do Chile entre os anos de 1981 e 1996. Neste recorte cronológico, os três países retornaram à via democrática, mesmo período em que muitos adotaram ou fortaleceram projetos neoliberais. Essa profunda mudança política, marcada pela diminuição do papel do Estado, foi acompanhada por uma rápida expansão das Organizações Não Governamentais (ONGs) e pela incorporação de alguns pontos da agenda feminista pelo Estado. Essa nova ordem sociopolítica resultou no processo de “onguização”, isto é, alterações estruturais que passaram a modelar as ONGs, as quais passaram a desenvolver projetos, financiados por agências de cooperação internacional, contendo, na maioria das vezes, equipes especializadas e remuneradas. Esses projetos, em sua maioria, visavam suprir as lacunas deixadas pelo Estado, fazendo com que as organizações se tornassem uma extensão dos governos neoliberais, ajustando suas práticas para áreas específicas e seus discursos às premissas internacionais.

Sumário:

 

Introdução

1. A antessala dos feminismos latino-americanos

1.1 De frente para o estado? As faces do feminismo brasileiro

1.2. A cultura política do feminismo argentino

1.3. El modelito? feminismo chileno em tempos autoritários e

neoliberais

2. As tonalidades da imprensa feminista (1981-1988)

2.1. Entre especialistas e militantes: a imprensa feminista no Brasil

2.1.1 Mulherio: a imprensa “militante e profissional”

2.1.2. Chanacomchana: a linguagem radical da imprensa

lésbica-feminista

2.2. “El feminismo tiene que estar en las calles”: a imprensa da

Argentina

2.2.1. Brujas: o boletim autônomo “radical”

2.3. Do socialismo ao neoliberalismo: a imprensa feminista no

Chile

2.3.1. Furia: a imprensa feminista, autônoma e socialista

2.3.2. Boletina Chilena: da autonomia à Onguização

3. Permanências e rupturas na imprensa feminista (1988-1996)

3.1. De Chanacomchana a Um Outro Olhar

3.1.1. “Sem o agitar de bandeiras”: outro lugar para

Um Outro Olhar

3.1.2. A militância vai ao encontro do Estado e do mercado

3.2. Cuadernos de Existencia Lesbiana: a permanência da autonomia

argentina

3.3. A imprensa feminista chilena em ares democráticos

3.3.1. Marea alta: uma expressão da onguização do feminismo

chileno

3.3.2 A “ousada” linguagem de Puntada con Hilo

4. De que autonomia estamos falando?

4.1. Os debates sobre a autonomia na imprensa brasileira

4.1.1. Mulherio: da autonomia político-partidária ao

“feminismo de Estado”

4.1.2. Chanacomchana: a autonomia político-partidária

4.2. Furia: os paradoxos da militância feminista e socialista

4.3. Brujas: a defesa da autonomia em tempos neoliberais

Considerações Finais

Referências Bibliográficas

MILITÂNCIA OU PROFISSIONALIZAÇÃO DE GÊNE

​ISBN: 978-65-86255-27-0
Formato: 16x23 cm​
​Paginas: 386
​Preço: R$ 65,00

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